Se perguntarmos ao certo, quem nunca em sua infância teve
contato com os contos de fada, é claro que muitos se lembrarão de experiências
mágicas que essas histórias os trouxeram.
Comigo não foi diferente, e há cinco anos venho
participando da infância de vários pequeninos como professora de Educação
Infantil e as histórias sempre fizeram parte das minhas aulas.
Devido às leituras que tenho feito pra defender o meu
TCC, li um livro chamado “A psicanálise dos contos de fadas” de Bruno Bettelhein,
e por meio dele tive contato com uma história já conhecida “João e o pé de
feijão”, porém eu ainda não havia trabalhado com ela em sala de aula. Tendo uma
nova visão a respeito desta história e percebendo que os meus alunos se identificariam
com ela, e por poder adquirir novas habilidades em diversos eixos de
conhecimento, nasceu o projeto “João e o pé de feijão”, que vou partilhar as
etapas com vocês agora:
RELATO DE
EXPERIÊNCIA
AMBIENTALIZAÇÃO-
Na sala de aula, aconcheguei-os perto de mim (num tapete),
fiz um suspense a respeito do que iria fazer. Joguei o “pozinho do silêncio” ,
falei sobre a importância de partilharmos tudo o que a gente gosta, e combinei
que se eles gostassem da história, deveriam passa-la a diante.
Obs: o “pozinho do silêncio” é um recurso que utilizo
para que os alunos permaneçam em silêncio, durante as atividades que exigem um
pouco mais de atenção por parte do alunado.
CONTAÇÃO DA HISTÓRIA
Na contação dessa história, utilizei apenas o recurso da
fala. Em seguida, fizemos uma roda de conversa sobre as atitudes do Gigante e
de João, onde as atitudes do Gigante foram repudiadas.
APRESENTAÇÃO DOS FEIJÕES
Após a conversa, mostrei um “segredo”, feijões coloridos
feitos de argila e pintados com tinta nas cores primárias, eles sentiram o peso
, cheiraram, brincaram e construímos oralmente uma história curta, de como eu
havia conseguido os feijões.
o
EXPERIÊNCIA DA GERMINAÇÃO
Em grupos pequenos, fizemos a experiência da germinação,
no mesmo dia os alunos levaram para casa a sua experiência. O objetivo era que
eles compartilhassem a história com as suas famílias. A experiência seria o
“elo” para que isso acontecesse, pois eles explicariam para pais o que eles
haviam vivenciado na escola.
CONTAÇÃO
COMPARTILHADA
Os alunos fizeram a roda da contação, o “contador” da vez
ficava em pé e contava sua parte, depois eu pedia para que passasse a palavra
para outro “contador”, o próximo continuaria de ponto em que o anterior parou.
Mediei muitos momentos através de perguntas, é claro que alguns contadores perderam
a linha de raciocínio, porque cada um grava a parte que mais lhe interessa.
Crianças tímidas quiseram contar, foi muito gratificante.
PINTURA DO DESENHO
Pesquisei um desenho na internet que traduzisse a essência
do conto na perspectiva dos próprios alunos. Como eles se identificaram muito
com a coragem do João, o desenho foi o momento que ele subia no pé de feijão.
CINEMINHA
Ambientalizamos a sala com cadeiras, apagamos as luzes e
fizemos pipoca. Exibimos o filme “João e o pé de feijão” (curta duração). Antes
de exibir o filme, expliquei sobre algumas diferenças que poderiam aparecer no
filme, eles ouviram e depois de terem assistido ao filme, perceberam as
diferenças.
ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO DA EXPERIÊNCIA
Durante as duas semanas em que o projeto se seguiu, os
próprios pais falavam como as crianças se sentiram ao observarem o crescimento
do pezinho de feijão. No dia da experiência, fizemos uma para deixarmos na
classe e acompanharmos juntos o seu crescimento.
LEITURA DA HISTÓRIA
Agora com o livro em mãos, tivemos o momento da LEITURA
da história.
DO ALGODÃO À TERRA
Plantamos a experiência da classe (o broto) na terra, e
escolhemos um lugar para ela ficar. Comprometemo-nos de regá-la e acompanhar o crescimento.
É importante ressaltar que não fazemos nada sozinhos, e
uma boa equipe escolar é também uma equipe vencedora.
Foi lindo ver esse projeto acontecer partindo do próprio
interesse dos alunos. Vale a pena ressaltar que as atividades não foram sequenciadas
uma após a outra, elas ocorreram por duas semanas distribuídas nos eixos da
rotina que as crianças têm, ficando assim um projeto rico e prazeroso para
ambas as partes (professores e alunos).
Professores responsáveis pelo projeto: Fabíola de
Oliveira, Roseni Almeida e Silzete de Carvalho.
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