A
primeira leitura que fiz deste livro, foi no curso Intermediário do inglês e o
primeiro contato com este texto não foi muito prazeroso não.
Por
ser em inglês, eu me recordo que voltava à leitura dos capítulos diversas vezes
e ao final dos mesmos eu sempre questionava: “Por que cargas d’água, alguém
escreveria um texto tão demoníaco deste!”. Recordo também de rezar sempre depois
de lê-lo porque eu o achava “carregado” demais. Não tinha a mínima noção de
quem fora Oscar Wild e de como essa leitura poderia ser significativa para
alguém (muito menos pra mim).Passados os trabalhos no curso com este livro, pensei em jogá-lo fora, pois
achava que nunca o leria outra vez...
Ao
final deste mesmo ano, nas minhas férias, quis iniciar uma nova leitura deste
texto para ver se o lia com maior facilidade; daí comecei a comparar enquanto
li a juventude de Dorian com a minha ou com
a de qualquer outro jovem que eu conhecia, exposto a todos os tipos de estímulos
(bons e ruins). Individualizei-me com ele, projetei as minhas expectativas a
ele.
O
texto fala que antes de conhecer Lord Henry, Dorian era muito bom e ingênuo.
Quando adquirimos certa maturidade, percebemos que isso acontece (exposições a
diversos tipos de experiências), por meio da nossa rotina conhecemos pessoas
que nos auxiliam e outras que não nos acrescentam nada de produtivo na nossa
vida. Compreendi então, que eu ou qualquer um dos meus amigos, poderíamos ser
suscetíveis às influências externas como Dorian foi; esta segunda leitura me
ajudou a construir novas imagens a
respeito deste texto.
Mudado
o meu conceito sobre o livro, no segundo ano da Faculdade de Letras, uma
professora nos propôs a leitura desse conto (novamente em inglês). Como já
havia adquirido uma “afeição” por Dorian e sua história, relê-lo foi prazeroso.
Desta vez, tive acesso aos filmes (a versão antiga de 1945 de Albert Lewin e a
atual de 2009 de Oliver Parker); já havia criado a minha imagem em relação ao
Dorian Gray e a tudo que o rodeava, e as imagens criadas pelos cineastas, me ajudaram a
construir o meu novo conceito sobre Dorian Gray: um jovem bom, que foi induzido
ao erro e apesar de ter se arrependido, não se achava digno de voltar atrás e
construir uma nova história.
Lembro-me de estar tão envolvida com os textos
(seja escrito ou em vídeo) que me assustava com cada detalhe. Cada cena me
transportava pra aquele ambiente, parecia que tudo acontecia sob a minha presença,
me senti uma personagem daquela trama. Assisti no cinema, nessa mesma época, a
versão nova do filme que só fez o meu fascínio pela história aumentar.
Hoje
eu releio e assisto Dorian Gray por puro prazer, obtive com esta mesma leitura
três níveis de significação diferentes. Poderia contar aqui, diversas outras
experiências com este livro, mas tive que fazer um recorte da “nossa história”
e exemplificar os meus três grandes momentos com ele.
É
engraçado confessar que até hoje, quando releio ou assisto, torço para que o
final seja diferente, apesar de eu saber que não será.
Minha
leitura, foi proficiente em relação a este texto porque a partir de cada leitura
que fazia, obtinha uma nova relação com ele e adquiria uma nova postura.
Eu
recomendo esta leitura a jovens a partir dos 17 anos, pois é a fase das “influências”
dos amigos e é uma idade bem madura para compreender o texto de uma forma bem
bacana e, a partir dele, iniciar uma conversa sobre valores ou atingir
objetivos didáticos, dependendo de qual forma o aluno for apresentado ao texto,
por uma leitura de prazer ou uma tarefa escolar.
Futuramente,
quero trabalhar melhor com esse texto, criar um projeto para adolescentes ou
utilizá-lo nas minhas apresentações como contadora de histórias, mas antes
preciso encontrar a forma de como transmitir o encantamento que eu tenho ao
lê-lo, para os meus ouvintes e/ou alunos. Esse processo pode durar um pouco
mais de tempo, mas a todo o momento essa história volta pra mim, como uma forma
de aprendizado... Quer saber? LÊ VOCÊ!
Trailer do filme (versão de 1945):
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